quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Epifânia



Quarta-feira, 10 de Outubro de 2012

Epifânia

Sem querer tornar este blog, que é para todos os efeitos o meu santuário pessoal, numa lamecha pegada, hoje vos digo caros daconianos e daconianas que tive um daqueles fenómenos que o povo e os gajos da IURD denomina de Epifânia.

Depois de um quase salto à espinha do meu flirt, deu-me (vejam lá essa merda) para reflectir.
Pensando eu que ia mais fazer o meu flirt flectir, uma vez e outra, e mais outra, dar-lhe tau tau (e levar...que eu sou pró-igualdade!), spank spank, experimentar as merdas mais perversas que o Marquês de Sade descortinou na sua vasta e rica obra literária...os eventos da vida levaram-me a reflectir. Passo a contar:
Estava eu muito bem a caminho do meu trabalho, quando sinto uma presença atrás de mim. Pelo volume de ar deslocado, só podia ser o meu flirt! Um homem massivo e enorme, com um paleio que me enche as medidas....
Ah flirt do caralho! Trepava-te como se fosses um varão de strip!
Adiante. Abraçou-me e disse...nem me cumprimentas! Eu lá acedi e agarrei-o ao de leve...estava imensa gente a passar...E AINDA POR CIMA veio com esta
 «sabes que estou sozinho hoje?»
 Respondi « sei...queres que tome conta de ti?» 
 «Eh pá...Tá lá a minha *** de volta dos miudos...»
«Eu fico com o mais velho para cuidar...tratava bem de ti...»
Eh pá e tratava...o pior que lhe podia acontecer seria uma fratura pélvica de eu tanto lhe saltar em cima. Mas ainda não vi ninguém que não ficasse feliz com uma lesão dessa natureza.
O meu flirt ficou extasiado com a ideia. O rosto mudou várias vezes de expressão, centenas de pensamentos fluíam naquela cabeça, o impensável, o que prometemos vezes sem conta fazer antes de morrer...o 3-some que podíamos fazer com aquela amiga boazona, evoluindo para uma suruba com outro gajo ..podiamos experimentar o chicote, algemas, a tão desejada asfixia auto-erótica, o fucking and punching, e a foda carinhosa na praia (mas não muito) que sela o fim de uma noite que levaríamos selada até ao túmulo.
  « Ela matava-me» balbuciou em seco. Estava preso.
« Ninguém precisa de saber» disse-lhe ao ouvido. O rosto voltou-se a transformar inúmeras vezes, gelando novamente de volta à realidade.
Parece que estou sempre a reviver esse momento. A expressão facial que me dá a volta à cabeça... simplesmente PERDE-SE, desaparece.
Passadas umas horas estava eu à espera da boleia para casa, e o meu flirt passa outra vez por mim.
«tás sozinha?»
«...e abandonada» respondi com um sorriso desafiante
«não tens para onde ir?» (mas o gajo é safado, sempre a provocar)
«porquê? queres-me levar para algum lado é?»
«eh pá...» e começou a ficar de novo encaralhado...outra vez a luta épica entre a tentação e o correcto...Vendo o cenário atalhei
« não...estou à espera de boleia...deve estar a chegar a qualquer momento»
«Está bem então...fica bem»
Afastou-se depressa, depois abrandou e estacou. Virou-se para trás e disse com ar meio maroto meio chateado « Hei-de te cobrar o que estás a dizer!»
Perplexa respondi  « És um fodão mas é só garganta!»
«Espera e vais ver» respondeu e acabou a conversa.

Assim fiquei. Continuou o filha da puta do desatino, agora com um rosto agridoce...tentação e culpa. Uma divisão entre o temos de fazer isto, e o não podemos fazer isto. Entre a foda e a fidelidade.
Eu acho que conseguia manter a minha poker face, mas isto podem ser devaneios do excesso de tusa que o gajo me dá.

Tinha em tempos arranjado uma foto do meu flirt para aí com uns vinte anos, bem escondida no meu pc. Tem aquela expressão... De vez em quando olho para ela e penso...já levavas umas fodas...
Eh pá sei lá...fico mais alegre...a vida não me parece assim tão madrasta enquanto existirem flirts assim.

Hoje, estaria a passar os olhos nuns documentos já há algumas horas...foda-se...entediada como tudo, dou com um documento da autoria do meu flirt.
Folheei e nada que me servisse para o meu trabalho.
Na página da dedicatória dizia: « Aos meus amores, *** e ***»



  

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